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Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

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Grupo de gestores para soluções estratégicas nas Faculdades Integradas do Brasil

quinta-feira, setembro 27, 2007

CAVERNOSOS ALL STARS!

Essa banda dos anos 60 foi a comissão organizadora do Tribunal. Agora é o time que vai colocar os Jogos da Unibrasil nos trilhos. Da esquerda para direita, professores Rafael Schoenherr, Alex Wolf, eu e Felipe Harmata Marinho. A sereia, aqui embaixo, é a professora Maura Martins. As fotos são de Luciana Vassoler e foram tiradas ali pelas três da madrugada do dia 21, quase no fechamento do Capital Tribunal (perceba que estou comendo o cérebro da Maura para ver se pego a inteligência dela).

JOGOS INTERPLANETÁRIOS NA UNIBRASIL!







Estou nessa, agora.

A data ainda deve ser afinada. 20, 21 e 27 de outubro parecem as mais adequadas, no momento.

As modalidades: futsal masculino e feminino; basquete masculino e feminino e vôlei misto (as equipes precisam ter, necessariamente, três meninos e três meninas em quadra).
Um time por turno de curso. Por exemplo: Jornalismo terá um time de futsal feminino noturno e um matutino (nesse caso, inclusive, podemos "negociar" atletas de turnos diferentes, mas sempre para o mesmo curso).
60% de cada equipe deve ser formada por alunos, mas, se for do gosto, professores e funcionários podem preencher 40%.
Os vencedores receberão medalhas e o curso com mais medalhas leva a Taça para casa. O primeiro curso que vencer cinco "olimpíadas" internas, fica com o troféu para sempre - que será criado pelo curso de Design.
Olheiros de Educação Física vão selecionar atletas para futuros projetos de esporte (o que deve incluir bolsas de estudo, etc.). Ainda teremos premiação por fair play, artilharia, etc.
A Unibrasil contratará arbitragem junto às federações.
As inscrições começam dia 1o de outubro e vai até o dia 11, no térreo do bloco 2. Inscrição por atleta: um quilo de alimento não-perecível e um livro (novo ou usado, de qualquer tipo). Nas semanas seguintes aos jogos, os próprios atletas levarão os livros para uma escola de poucos recursos e, lá, construirão estantes e organizarão a biblioteca.
No primeiro dia ainda haverá um duatlo (corrida e ciclismo) e apresentação de kung fu. No encerramento, uma demonstração de chuckball, esporte que está crescendo no mundo todo e logo vai chegar por aqui.
Será o maior evento interdisciplinar que a Unibrasil já promoveu. Seria algo como o Tribunal do Júri da Indústria Cultural elevado à 27a potência.
Pois tentaremos envolver os 27 cursos.
Vou dar alguns exemplos:
Relações Públicas e Secretariado Executivo: cerimoniais de abertura, entrega de medalhas, organização, encerramento, etc. (aliás, Vox Unibrasil na abertura: "papapapa papá... papapapa pá...")
Publicidade e Propaganda: bom, acho que não precisa explicar. Mas ainda tem a identidade visual dos jogos, etc.
Direito: um tribunal de justiça desportiva, para julgar casos de indisciplina dos atletas e da torcida.
Computação: scalt dos atletas. A coordenadora Andréia de Jesus prometeu adequar programas que vão nos fornecer tempo de bola em jogo, passes errados, dribles, etc. Ou seja, saberemos matematicamente o quanto somos pernas-de-pau. Disseram-me que era difícil, mas eu peguei a professora Andréia para Cristo, hoje de tarde, e ela disse que não era tão complicado assim. "Me dá uma semana", ela respondeu com a sua serenidade galiléia.
Enfermagem: atendimento aos atletas (provavelmente dos professores, já que alguns de nós, sedentários de carteirinha, seremos seduzidos por aquele hipnótico som da chuteira freando no piso, seguido do baque seco do capotão).
Jornalismo: Faremos a mais completa cobertura, em todas as mídias possíveis, além da já conhecida e eficaz assessoria de imprensa. Jornais diários, transmissão dos jogos (com narração e repórter de campo), blog minuto-a-minuto, experiência com mensagens por celular, tv, etc. Cobertura esportiva!
E assim por diante.
Antes que eu me esqueça: teremos gincana (tipo caça-tesouro) e prêmio para a melhor torcida (com mascotes. Precisamos escolher o nosso, de Jornalismo: uma raposa? O Capitão Caverna? O próprio Rafael?).

Esperamos a adesão louca e emotiva que tivemos no Tribunal. Daí essas fotos inspiradoras, do Adriano Carneiro, aí no topo.

sábado, setembro 22, 2007

TRIBUNAL DO JÚRI DA INDÚSTRIA CULTURAL!
















Quantos perguntaram sobre quanta nota valia?
Para mim, ninguém.
E cerca de 300 pessoas participaram da primeira edição do Tribunal do Júri da Indústria Cultural na Unibrasil, no último dia 20.
Eu vinha produzindo o Tribunal, em outra instituição, por uns quatro anos. Mas, embora o resultado sempre tenha emocionado os envolvidos, não havia lá muita chance de repercussão.
Em alguns lugares, o "clima" providencia um tipo de competitividade que não é bem das mais saudáveis.
Mas na Unibrasil nós estamos conseguindo dar corpo para a verdadeira vocação do Tribunal: um experimento pedagógico. Sem dúvida, é porque muitos professores compraram o projeto com entusiasmo. Sem a organização do Alex Wolf, Felipe Harmata, Maura Martins e Rafael Schoenherr, a coisa toda ficaria longe do brilho que teve.
Não importa muito se a Indústria Cultural merece ou não ser reprovada pelos estudantes (aliás, manteve-se a escrita: se safou por 4 votos a 3). Importa a dimensão do problema que é aprender sobre assunto complexo, defender um ponto de vista para uma platéia de especialistas, dominar uma linguagem para a qual não vem sendo preparado, cobrir com toda a pressão e eventuais problemas técnicos que podem surgir...
E trabalhar em equipe.
Nesses dias, eu dei entrevistas para diversos meios de comunicação sobre o Tribunal, graças ao trabalho dos alunos de Assessoria de Imprensa, conduzidos pelo professor Guto Moliani. Ontem mesmo, a Folha de Londrina me ligou para perguntar do resultado. Entende? Eles estavam interessados no resultado do julgamento!
A assessoria do Ministério Público (equipe liderada pela Marina, do sexto período, em função dos promotores Cleverson, Eduardo e Robson, do segundo período) produziu um blog com notícias ao vivo, minuto a minuto: http://ascompromo.blogspot.com/
As turmas de webjornalismo, dirigidas pelo professor Hélio Marques, publicaram mais de 50 matérias durante as três horas do julgamento: http://jornal.unibrasil.com.br/ e http://jornal.unibrasil.com.br/cms/index.php
A equipe de rádio, comandada pelo Harmata, foi brilhante e muito organizada. Na madrugada após o evento, quando estávamos fechando a segunda edição do jornal Capital Tribunal, o Felipe recebeu mensagem de uma das alunas: "Você me devolveu a vontade de ser jornalista".
Melhor do que salário, convenhamos.
Isso sem falar na cobertura de TV, fanzines (com perfis hilariantes de todos, principalmente dos vencedores da defesa: Fábio, Israel e Vanessa) e até um desenhista, o Fernando, retratando os principais momentos do Tribunal em tempo real. A ré, Katy Mary Berbes, pode guardar todas as lembranças de sua absolvição.
Outra tradição se preserva: o Tribunal revela talentos. O mesmo que aconteceu com os esplêndidos Osny Tavares Jr, Renan Colombo e Estelita Carazzai, na época que eu produzia o evento no outro lado da cidade, se materializou com todos da promotoria e defesa, no 20 de setembro. Talvez a maior revelação tenha sido Fábio Mandrick. Cantor do Vox Unibrasil, trombonista e árbitro de futebol de salão, Fábio foi brilhante!
Eu só tenho que agradecer. Como diz a velha meta-propaganda, nada substitui o talento.

**
As fotos são do grande Adriano Carneiro, do 3o período de Jornalismo.

A primeira mostra o auditório mais concentrado do mundo.
Na segunda, Oswaldo Eustáquio Jr. é retirado do auditório pelos seguranças, a pedido do juiz. Gritava que a Indústria Cultural deveria ser condenada pois o aliena "desde a novela Roque Santeiro". (Oswaldo vai ser pai. Ele é o sortudo esposo da Sandra, que foi uma das melhores alunas que eu tive lá nos fundos da Ecoville).
A terceira foto mostra esse que vos fala numa entrevista ao aluno Guilherme.

sábado, setembro 15, 2007

JAZZ, ESSE PROMÍSCUO!


Saiu no Caderno G de hoje, em edição do Irinêo Netto - autor, aliás, de ótima entrevista com o escritor Ashley Kahn. Meu texto é a única coisa que mancha o especial sobre jazz. Como no jornal ninguém vai se interessar por ler o meu, dado o contraste com os outros, reproduzo o Pensata aqui.

Uma linha escura, indivisível, fantasmagórica, corta a paisagem. Há brilho de luz na altura do chão, num campo que se perde no infinito. Parece iluminação artificial. Um homem, desajeitado pelo seu corpo grotesco, caminha em direção ao fundo. Observamos a figura de costas e, sob sua cabeça, a escuridão de uma tempestade que se avizinha.
A cena pode ser uma descrição impressionista da música. E é, de forma brilhante, a capa do disco que a ostenta.
Trata-se de Lumi, talvez a melhor gravação de Edward Vesala, um dos maiores nomes do jazz em todos os tempos.
Edward Vesala?
**
Um artigo de revista, publicado agora mesmo, em setembro, anunciava Madeleine Peiroux como representante de uma suposta nova revolução do jazz. A autora do texto ainda pontuava quais seriam os momentos, na história do gênero, em que o jazz teria sido revolucionário: com Louis Armstrong, nos anos 20, com Charlie Parker, nos 50, e agora, com... Madeleine Peiroux!
E o motivo é ainda mais interessante: a cantora americana assume, em seu discurso, um “diálogo” do jazz com o pop. É o novo milênio do jazz, comemora a redatora.
O jornalismo é assim mesmo: na ânsia pela informação objetiva, esclarecedora e mesmo educativa, costuma reduzir o mais complexo dos temas a um mínimo múltiplo do senso comum. Não que seja vocação inalienável do jornalismo. É apenas um empobrecimento, necessário algumas vezes e francamente contraproducente em todas as outras.
A própria idéia de revolução no jazz parece contradizê-lo. Se há algo que diferencia o “gênero” de outras formas musicais é a obrigação – não a tendência ou a postura – de se manter dinâmico, promíscuo, provocativo.
Todo jazz é provocativo?
A melhor resposta é sim, todo jazz tem o sentido de revolução em seu próprio discurso. De outro modo, nada o tornaria diferente da música pop, erudita, blues, spiritual, country, eletrônica e todas essas evocações que sempre serviram de matéria-prima para os músicos.
No geral, confunde-se essa provocação com sua face mais evidente, a política. Muitos “estudiosos” dizem que o jazz foi revolucionário quando a causa – contra a discriminação, contra o domínio do swing, a favor das minorias, da world music, do meio ambiente – apareceu como a casca mais saliente da cebola.
Mas o jazz é revolucionário até quando se preocupa em desaparecer nas sutilezas, muitas vezes puramente estéticas e nem um pouco panfletárias. Você lê ali “sutileza” não por acaso, já que outro modo de enxergar o “inovador” é perceber sua recusa ao mainstream. Daí é bem fácil dizer que Charlie Parker, Ornette Coleman e Miles Davis foram ousados: nos deram bebop, free jazz e um particular sentido de música modal.
Mais difícil é entender que, a seu modo e a seu tempo, um bandleader “comercial”, comprometido com o faturamento de sua orquestra, como Artie Shaw, tem tanta importância para o jazz quanto os cânones que ganharam a crítica intelectual. Muitas vezes sequer arriscamos a chamar essa produção musical de “jazz”. E olhe que foi graças a ele que, pela primeira vez, uma cantora negra acompanhou uma banda formada por brancos. Billie Holiday, aliás.
A maioria dos comentadores de música, na mídia, não tem lá muito claro até onde estão dominados pelo moralismo. Determinada idéia passa a ser encarada como “revolucionária” simplesmente porque parece uma radical oposição a outra. Tipo Homem-Aranha e Venon, Super-Homem e Bizarro, música nova e música antiga. E nos cadernos adolescentes em que se transformaram a maior parte das publicações sobre arte, defender que o pop “salvou” o jazz é quase parte de um dever religioso.
O fato é que o jazz se apropria das demais formas musicais. Ele não é exatamente o “gênero”, mas a costura misteriosa, o elemento incandescente que retransforma os componentes musicais alheios num formato sob constante mudança. De um jeito que chega a ficar difícil dizer com certeza se estamos falando desse gênero ou de outro.
É por isso que Duke Ellington dá cor diferente para cada uma das inúmeras interpretações de “Caravan”, por exemplo, mesmo levando a fama de escrever cada linha de “improviso” de seus músicos.
Tempo também é um fator controverso. Ouvintes de jazz, em geral, não perdem o sono com a data que tal gravação foi produzida. A contextualização, a importância histórica, a procedência, tudo isso tem valor indiscutível. Mas nenhum adulto vai deixar de ouvir Django Reinhardt porque é “música de antigamente”. Nessa lógica, poderíamos dizer que Mozart já não serve para nada, já que alcançamos o Justin Timberlake.
O problema final é que muita gente fala dos nomes populares do jazz, esses sepultados no setor de “alta cultura”, e ainda mais gente se deslumbra com os “novos nomes”, os músicos que também aparecem na trilha sonora de novelas e filmes hollywoodianos dados a rompantes sensíveis.
Independentemente do tempo, vale a pena recuperar aquelas obras que não saíram nas listas de cânones, mas que certamente figuram entre as maiores conquistas do jazz em todos os tempos. Pérolas do jazz europeu, por exemplo, que ficam restritas a um egoísta grupo de conhecedores.
Como Vesala, esse que abre o texto.
Edward Vesala se criou nos confins da Finlândia e esse gelo todo não passa despercebido na sua música. Morreu cedo, em 1999, mas teve tempo de desenvolver projetos com a ECM, selo dedicado a romper as fronteiras de gênero, e com sua própria gravadora. Crossover, como diziam na época do Ray Charles. Lumi (ECM, 1986) é o marco principal de sua produção. Bebe da tradição, mas é promíscuo o suficiente para desafiá-la, misturar-se com outros tons, outras luzes, outras estéticas. A um ponto de beirar a abstração, de se tornar inclassificável.
Jazz, portanto.

segunda-feira, setembro 03, 2007

QUEREMOS SER JASON BOURNE!


O personagem de Matt Damon é deprimido, sofre e pratica violência num ritmo frenético. É um chato sem senso de humor.

Mas eu me pego desejando ser Jason Bourne no meio daquela confusão de câmera tremida, corte nervoso, edição de som que preenche até os poros. E eu nem tenho qualquer simpatia por essas firulas de filmagem.

O fato é que o personagem é inteligente.

Inteligente, do jeito clássico. Não estou dizendo que "a construção do personagem é inteligente" ou que o roteiro lhe dá "profundidade" ou que sua personalidade é cheia de "contradições que dão caráter humano ao protagonista". Essas besteiras.

Digo que eu compro a idéia de fingir que sou o cara que está correndo e pulando ali na tela. Não compro assim, sonhador, como um espectador que não se importa com a linguagem do cinema. Assumo a sensação que invejo e me delicio com personagens que ganham do vilão ou do herói, resolvem problemas quase insolúveis ou arrancam o beijo porque são mais malandros que o resto da humanidade.

Sherlock Holmes, Robinson Crusoe, McGyver, Columbo, Monk, dr. House, Miss Marple, Hercule Poirot, inspetor Maigret, capitão Kirk, Spirit, Tio Patinhas, Tin Tin, Hannibal Lecter... no momento crucial, eles surpreendem todo mundo com a solução que nenhum indivíduo "sensato" ousaria arriscar.

Inteligência é sempre subversão.

O primeiro livro que li sozinho foi uma edição de capa dura e amarela de Robinson Crusoe, traduzida pelo Monteiro Lobato. Aos cinco anos, acho. Talvez exista um mistério fundador de nossa personalidade em relação aos livros. Até hoje volto ao Crusoe com vontade de reviver aquelas fantasias que passei a infância toda alimentando. Mas agora eu espero chover a ponto de ouvir a água açoitar a janela, espero que seja à tarde, espero que alguém apareça com café e leite, pão feito em casa, e espero esquecer a caneca esfriando, tão interessado no capítulo chamado "Me sinto feliz como um rei".

E depois dormir e sonhar com problemas dificílimos de resolver naquela ilha, tão difíceis que só inteligência e força de vontade seriam capazes de superar.

O problema de ficar velho é que essas coisas nunca mais são inusitadas.

Ultimato Bourne não devolve o prazer da ingenuidade. Mas nos lembra o bom, velho e maniqueísta ideal europeu: o cérebro é o que importa.

***

Ali, sobre o texto, a foto da equipe renovada do Holofote. Alguns membros importantes permanecem e os novos integrantes estão me orgulhando com a rapidez, criativade e disposição. A Priscilla Cesar foi chamada para trabalhar numa tv e, diante da falta, a Katy Mary, de verde, assumiu a poltrona com brilho. Ao lado da Katy, de cinza e com um aspecto brooklin dos anos 80, a Nena Inoue, diretora do ACT.
Da esquerda para a direita: Bianca (segundo período de Jornalismo), Sheila (quarto período), Rodolfo (sexto), o feioso eu, Juliana (segundo), professora Suyanne, Tati Eusébio (primeiro), Katy (segundo), Thiago (terceiro), Nena, João Luís (primeiro) e o grande Adeilson (segundo). A fotógrafa é a Grazieli, que está caminhando para o terceiro.

Amanhã, o irrepetível Dary Júnior será nosso entrevistado. O Dary é o vocalista do Terminal Guadalupe, banda curitibana que recebeu cotação máxima na Ilustrada de hoje. O Holofote é exibido no domingo, meio dia, na TV Comunitária (canal 5 na Net e 72 na TVA).