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Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

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Grupo de gestores para soluções estratégicas nas Faculdades Integradas do Brasil

sábado, outubro 13, 2007

O AVATAR # 13! Rocky Ombro na Terra do Senso Comum


O Avatar foi convocado para resolver um caso de assassinato numa universidade. “Quem é você?”, perguntou o diretor Clóvis Sardinha, “de onde tirou a informação sobre o crime?”. Rocky Ombro não entregou o jogo. Alguém havia assoprado a dica enquanto o detetive dormia. Alguém que não estava entre os vivos. Alguém que talvez estivesse mal informado. “Sinto muito”, completou o diretor, “não houve um assassinato aqui”. Ombro acendeu o cigarro para disfarçar o meio-sorriso irônico: “Isso é o que veremos”.

Não era um bom momento para uma investigação criminal. A instituição estava em polvorosa. Membros do Sindicato do Senso Comum – o Sisco – organizavam uma manifestação contra o “abuso da ironia e do humor” e da realização de atividades “que os sindicalizados não conseguem compreender e por isso só podem estar erradas”, como dizia a nota distribuída pelos fanzines dos alunos recrutados para a causa.
Andando a esmo pelo campus, Rocky bateu em uma porta que pareceu a mesma do sonho. Era retangular e tinha uma maçaneta. Embora nem a cor, o número pendurado ou sequer a própria maçaneta fossem os mesmos da visão noturna, o detetive presumiu que era um sinal.
Um grunhido passou pela fresta:
“A senha!”
Rocky já tinha enfrentado uma gangue de professores antes. Há um código no submundo que qualquer policial conhece de cor e salteado.
“Paulo Freire!”
A porta nem se abriu completamente e já se ouvia aplausos lá de dentro. O porteiro era o jornalista Valdomiro Rosário, famoso pela sua tese de que, em Cuba, todos os objetos são de madeira, inclusive o aeroporto e os aviões.
“Também está ameaçado de demissão?”, disse, entredentes, o anfitrião.
Ombro resolveu embarcar no logro:
“Sim, eu defendi publicamente que devemos retirar a leitura e qualquer menção à arte no currículo dos cursos universitários. Abaixo a opressão!”
A pequena platéia de professores e alunos semi-nus, que serviam vinho em cântaros, esperou um segundo e bradou, entusiasmada, o novo bordão de guerra do Sisco:
“Caveira!”
Uma névoa quente preenchia a sala. Muito calor, como numa sauna. Um dos meninos, magrinhos, coberto apenas por um tecido arranjado como toga romana, trouxe um pedaço de queijo e um documento de quatro ou cinco páginas.
“É o Manifesto Canavieiro”, explicou com um esplendoroso sorriso de devoção.
Ombro já tinha lido o rol de reivindicações. Um daqueles professores, reconhecia agora, havia sido processado por plágio continuado. Conseguiu chegar ao doutorado copiando textos da internet. Eis que o Manifesto Canavieiro era justamente a dissertação de Mestrado de cinco docentes.
O primeiro item:
Quatro patas, bom. Duas patas, ruim.

**
continua...

quinta-feira, outubro 04, 2007

VIAGEM DO GRUTUN! AO CENTRO DO TERRA!

O meio exato do Paraná fica em Pitanga.
Como num filme de Manoel de Oliveira, o Grutun! chegou ao centro do mundo no último final de semana.
Uma viagem de cinco horas. Chegamos 30 minutos antes do espetáculo. Os atores ainda não conheciam o palco e os dois pequenos banheiros que serviriam de camarim. Eu tinha visitado o auditório alguns dias antes, mas só o diretor, Alex Wolf, me ouviu descrevendo o espaço.
Como de costume, o que poderia se tornar um grande problema, virou um momento histórico do grupo. Num comovente esforço de trabalho em equipe, todos se ajudaram mutuamente e, em pouco mais de 15 minutos, conseguimos não só produzir a maquiagem como improvisar parte do figurino e montar o cenário.
Essa aí é a Greyce, uma das Benonas de "O Santo e a Porca", estudando o texto minutos antes de outro espetáculo, o do dia seguinte, em Guarapuava.


A odisséia marcou a estréia de nossas mochilas personalizadas. No camarim da Unicentro, Claylton Ribeiro, um de nossos Pinhões, se concentra enquanto divide espaço com as bolsas.


A foto é de Pitanga, e foi feita pelo professor Mário, que nos acolheu esplendidamente na casa de professores mantida pela UCP. Tratam-se do elenco e equipe técnica quase completos de "O Santo e a Porca". Da esquerda para a direita, sentados (ou de joelhos): Alice, Edna, eu, Ana, Thiago, Alex, Karina, Cris, Pâmella, Suhellen, Claylton, Fernanda, Pinguim, Dani, Greyce e Bill. Na fila logo atrás: Aiane, Thierry, Eduardo, Michel, Adelaide e Juliane. Algumas cabeças depois, Sheila. No alto: Luiz, Aline, Teixeira, Kelly, Vanessa, Vítor, Cassiano, Jenifer e Solange. Faltaram apenas o Pietro e a Mariana, que não puderam viajar com a gente.

Aí está a reunião à meia-luz do Alex com o elenco, um pouquinho antes das 17 horas. Na Unicentro, domingo.

O agitado camarim da Unicentro.


E uma foto que achei aqui nas minhas coisas. Foi aquilo que o Alex chama de "compartilhar a energia" do elenco. Aconteceu minutos antes da primeira apresentação pública do Grutun!, em junho. Na platéia, esperando pela gente, nada menos do que o Ariano Suassuna. Todo mundo nessa foto está no Grutun! até hoje.