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Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

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Grupo de gestores para soluções estratégicas nas Faculdades Integradas do Brasil

sexta-feira, dezembro 28, 2007

FRASES DE NATAL!


"A religião é um insulto à dignidade humana. Com ou sem ela, teríamos gente boa fazendo coisas boas e gente ruim fazendo coisas ruins. Mas, para que gente boa faça coisas ruins, é preciso a religião" (Steven Weinberg, prêmio Nobel de Física).

"Os homens nunca fazem o mal tão plenamente e com tanto entusiasmo como quando o fazem por convicção religiosa" (Blaise Pascal).

"Consciência é aquela voz interior que lhe avisa que alguém pode estar olhando" (Mencken).
"Se Jesus tivesse sido morto há vinte anos, as crianças católicas estariam usando cadeirinhas elétricas no pescoço ao invés de cruzes" (Lenny Bruce).
"A Bíblia é um guia da moralidade entre membros do mesmo grupo, contendo instruções para o genocídio, para a escravidão de forasteiros e para a dominação do mundo. Mas a Bíblia não é malévola devido a seus objetivos ou à glorificação do assassinato, da crueldade e do estupro. Muitas obras antigas fazem a mesma coisa - a Ilíada, as sagas islandesas, as lendas dos sírios da Antiguidade ou as inscrições dos maias, por exemplo. Mas ninguém sai por aí vendendo a Ilíada como base da moralidade. Aí é que está o problema. A Bíblia é vendida, e comprada, como um guia para orientar a vida das pessoas. E é de longe, o maior best-seller de todos os tempos" (John Hartung).

Ah, a hospitalidade cristã:

"Não, irmãos meus, não façais semelhante mal; já que o homem está em minha casa, não façais tal loucura. Minha filha virgem e a concubina dele trarei para fora; humilhai-as e fazei delas o que melhor vos agrade; porém a este homem não façais semelhante loucura" (Juízes 19, 23-24).
É uma inspiradora história cristã sobre um anfitrião preocupado com o homem de Deus que acolhia na sua casa, em Jebus. A vizinhança queria o convidado "para que dele abusemos", só que, respeitando Javé, o Deus do Velho Testamento, o jebuseu ofereceu as meninas como consolo. A multidão estuprou a concubina a noite toda e, de manhã, a entregou morta na porta.
"E eles a forçaram e abusaram dela toda a noite até pela manhã; e, subindo a alva, a deixaram. Ao romper da manhã, vindo a mulher, caiu à porta da casa do homem, onde estava o seu senhor, e ali ficou até que o dia se fez claro" (Juízes 19, 25-26).
kkkkkkk
A imagem acima mostra ex-votos depositados em igrejas do sudeste e nordeste brasileiros. Ex-voto é um objeto que simula uma parte do corpo abatida por doença, esculpido geralmente em madeira por um cristão agradecido por determinada graça. No caso da foto, supomos que câncer de mama, caroços variados, falta de leite seriam as motivações das imagens. Um ótimo lugar aqui mesmo no Paraná para ver milhares de ex-votos é o Santuário de Bom Jesus da Cana Verde, em Siqueira Campos. A festa tradicional é em agosto, uma oportunidade de testemunhar fiéis oferecendo a réplica de madeira à capela - e, quem sabe, conversar com eles.
Em tempo, o quadro na postagem abaixo, de 1786, é de José Joaquim da Rocha, tido como o pai da "Escola Baiana de Pintura".

domingo, dezembro 23, 2007

MENSAGEM DE NATAL!


"Todos os confrontos sobre o direito ao livre-pensar, à liberdade de expressão e
de pesquisa tiveram a mesma forma - uma tentativa religiosa de afirmar a mente
literal e limitada sobre a mente irônica e investigativa" (Christopher Hitchens,
no indispensável Deus não é grande - Ediouro, 2007).

Esse blog está mais abandonado do que o peixe mergulhado em uma caneca que meu amigo Felipe Harmata ganhou de amigo secreto.
Devo o restante do Rocky Ombro, odes ao Brian Wilson, notícias ótimas sobre o Capital Ciência e outros projetos divertidos e até algums comentários proibitivamente irônicos sobre as loucuras que colorem a vida.
Antes disso, nesses cinco minutos que tenho, na varanda da casa de meu irmão em São Francisco do Sul, antes de rumar para Piçarras e visitar meu pai e sua esposa ambiguamente hippie, quero oferecer as costumeiras palavras edificantes de Natal.
Em nome da superstição e do atraso, os indivíduos mais perigosos e rancorosos da sociedade costumam achar argumento para lutar contra a civilização. Apoiam-se no que parece o projeto mais digno de todos - a vontade de Deus ou o companheirismo vagamente socialista-cristão tão em moda na América Latina... nos anos 70! - e se unem, incorporam-se esponjosamente, para, com lágrimas e emoção incontida, decidir quem é que tem caráter, beleza, importância para que o mundo funcione bem. Ou melhor, para que o seu interesse pessoal funcione bem.
O 11 de setembro, nos lembram Dawkins, Hitchens e Harris, foi a explosão do pensamento idiota de que as conquistas plenamente humanas são uma carta do apocalipse. Decidiu-se que aviões e prédios são símbolos do Mal e, portanto, devem ser combatidos. Parece só um fanatismo religioso, mas a raiz dessa tolice se espalha pelo mesmo solo que outros comportamentos, aparentemente menos crentes.
E isso acontece até (e por que não "principalmente"?) em ambientes em que a razão deveria predominar, ancorada pela banalização da idéia de multiculturalismo e desses hipócritas apóstolos do politicamente correto. O motivo parece simples: o ódio ao ser humano extraordinário, ao incomum, àquele capaz de oferecer idéias novas onde o senso comum é petrificado. Contra a idéia humanista, secular, sem a muleta teológica, só resta o corporativismo barato.
Aí como é fácil escutar que as grandes personalidades não são "pessoas estudadas", mas gente "humana de verdade", que aprendeu seus brilhantismos na dura vida real e que é "fantástico como ser humano" e essas besteiras de final de ano.
O que me lembra o rosto sempre lívido e bondoso de Bin Laden, reconhecido como camarada e "pouquíssimo" estudado por seus companheiros de horror (leia Lawrence Wright a respeito). Um maníaco... embora talvez essa pouca leitura de um pessoal decididamente "crítico" possa levar a comentários favoráveis ao terrorista.


Algumas sugestões de leitura para o ano novo:

Deus, um delírio - de Richard Dawkins (Companhia das Letras, 2007).

Carta a uma nação cristã - de Sam Harris (Companhia das Letras, 2007).

Deus não é grande - de Christopher Hitchens (Ediouro, 2007).

Amor, pobreza e guerra (especialmente os ensaios sobre Madre Tereza de Calcutá e Gandhi) - do Hitchens (Ediouro, 2006).

O vulto das torres - de Lawrence Wright (Companhia das Letras, 2007).

Esses, a seguir, eu ainda não li, mas encomendei aos Reis Magos:

Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural - Daniel Denett (Globo, 2006).

God, the devil and Darwin: a critique of a intelligent design theory - Niall Shanks (Oxford, 2007).

No que acredito - de Bertrand Russell (L&PM, 2007 - mas escrito nos anos 20, naturalmente).