BOP!

Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

Minha foto
Nome:
Local: Curitiba, Paraná, Brazil

Grupo de gestores para soluções estratégicas nas Faculdades Integradas do Brasil

domingo, dezembro 23, 2007

MENSAGEM DE NATAL!


"Todos os confrontos sobre o direito ao livre-pensar, à liberdade de expressão e
de pesquisa tiveram a mesma forma - uma tentativa religiosa de afirmar a mente
literal e limitada sobre a mente irônica e investigativa" (Christopher Hitchens,
no indispensável Deus não é grande - Ediouro, 2007).

Esse blog está mais abandonado do que o peixe mergulhado em uma caneca que meu amigo Felipe Harmata ganhou de amigo secreto.
Devo o restante do Rocky Ombro, odes ao Brian Wilson, notícias ótimas sobre o Capital Ciência e outros projetos divertidos e até algums comentários proibitivamente irônicos sobre as loucuras que colorem a vida.
Antes disso, nesses cinco minutos que tenho, na varanda da casa de meu irmão em São Francisco do Sul, antes de rumar para Piçarras e visitar meu pai e sua esposa ambiguamente hippie, quero oferecer as costumeiras palavras edificantes de Natal.
Em nome da superstição e do atraso, os indivíduos mais perigosos e rancorosos da sociedade costumam achar argumento para lutar contra a civilização. Apoiam-se no que parece o projeto mais digno de todos - a vontade de Deus ou o companheirismo vagamente socialista-cristão tão em moda na América Latina... nos anos 70! - e se unem, incorporam-se esponjosamente, para, com lágrimas e emoção incontida, decidir quem é que tem caráter, beleza, importância para que o mundo funcione bem. Ou melhor, para que o seu interesse pessoal funcione bem.
O 11 de setembro, nos lembram Dawkins, Hitchens e Harris, foi a explosão do pensamento idiota de que as conquistas plenamente humanas são uma carta do apocalipse. Decidiu-se que aviões e prédios são símbolos do Mal e, portanto, devem ser combatidos. Parece só um fanatismo religioso, mas a raiz dessa tolice se espalha pelo mesmo solo que outros comportamentos, aparentemente menos crentes.
E isso acontece até (e por que não "principalmente"?) em ambientes em que a razão deveria predominar, ancorada pela banalização da idéia de multiculturalismo e desses hipócritas apóstolos do politicamente correto. O motivo parece simples: o ódio ao ser humano extraordinário, ao incomum, àquele capaz de oferecer idéias novas onde o senso comum é petrificado. Contra a idéia humanista, secular, sem a muleta teológica, só resta o corporativismo barato.
Aí como é fácil escutar que as grandes personalidades não são "pessoas estudadas", mas gente "humana de verdade", que aprendeu seus brilhantismos na dura vida real e que é "fantástico como ser humano" e essas besteiras de final de ano.
O que me lembra o rosto sempre lívido e bondoso de Bin Laden, reconhecido como camarada e "pouquíssimo" estudado por seus companheiros de horror (leia Lawrence Wright a respeito). Um maníaco... embora talvez essa pouca leitura de um pessoal decididamente "crítico" possa levar a comentários favoráveis ao terrorista.


Algumas sugestões de leitura para o ano novo:

Deus, um delírio - de Richard Dawkins (Companhia das Letras, 2007).

Carta a uma nação cristã - de Sam Harris (Companhia das Letras, 2007).

Deus não é grande - de Christopher Hitchens (Ediouro, 2007).

Amor, pobreza e guerra (especialmente os ensaios sobre Madre Tereza de Calcutá e Gandhi) - do Hitchens (Ediouro, 2006).

O vulto das torres - de Lawrence Wright (Companhia das Letras, 2007).

Esses, a seguir, eu ainda não li, mas encomendei aos Reis Magos:

Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural - Daniel Denett (Globo, 2006).

God, the devil and Darwin: a critique of a intelligent design theory - Niall Shanks (Oxford, 2007).

No que acredito - de Bertrand Russell (L&PM, 2007 - mas escrito nos anos 20, naturalmente).

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Feliz Natal e que DEUS te abençoe e te dê muitas alegrias neste ano que se inicia.

24/12/07 12:25  

Postar um comentário

<< Home