CORUJANDO O BLOOMSDAY!

O sábado 16, dia que Joyce escolheu para Leopold Bloom, é aniversário de meu pai e, nesse 2007, data em que o curso de Jornalismo da Unibrasil viveu intensamente. 
Um outro Leopoldo, acompanhado de seu ex-pupilo e agora colega Marciel, realizou uma linda grafitagem na parede de entrada da Caverna do Plantão (grande trocadilho, não é? Mas não posso roubar. É do professor Clèmerson Clève, presidente da instituição). Ficamos das 9 da manhã às 7 da noite na labuta (na verdade, eu só fiquei olhando e comendo) para dar esse acabamento urbano, rebelde, para a sala que servirá de QG aos jornais-laboratório e ao site que está na agenda do Emerson Saraiva. Mal posso esperar para ver a cara das pessoas quando chegarem para a aula, amanhã, e enfrentarem tinta colorida espalhada até pelo teto. E com um marcante "JORNALISMO" encimando a porta!
Leopoldo Vetorello Neto, 23 anos, grafita desde os 13 anos. Parece convicto de que, em Curitiba, é um dos pioneiros do spray canart, o estilo que no Brasil só chegou em 1997. É dono de um físico miúdo e desenvolto e se veste com blusão e boné, mas está longe do estereótipo de skatista. Passou a tarde ouvindo Chico Buarque, entre outros ecletismos, e não titubeou quando perguntei qual livro gostaria de ganhar como sinal de agradecimento: "Eu adoro o Renascimento". Será difícil achar um que Neto não possua: é estudioso e apaixonado por arte desde a infância no colo do avô-pintor.
O seu parceiro, o Marciel Conrado da Silva, 18 anos, começou no spray há dois anos, quando frequentou uma oficina de Neto no colégio Rosilda, em uma das zonas mais pobres de Piraquara. Marciel se tornou amigo do próprio professor e, por coincidência, conseguiu bolsa parcial para estudar na mesma faculdade, Design na Unibrasil. Ontem eles transformaram um parede branca e "careta" num ato de intervenção urbana. Fico imaginando: isso seria possível em outro ambiente de ensino superior privado? Há dois ou três anos eu levei alguns alunos a empacotar, à moda do Christo, parte de um prédio em outra instituição. Foi lindo. Mas a aventura durou uns dois dias, pois o vestibular estava perto e o ar de "bagunça" parecia não combinar com o marketing.
Felizmente, hoje nós podemos experimentar mais, deixar a criatividade dos alunos fluir e até mesmo "sujar" a ordem com aquilo que a arte faz melhor: provocar.
 Ainda pela manhã, o Alex Wolf completou a oficina de voz, majoritariamente frequentada pelo pessoal do Paisagens de Ouvir e do Grutun!. Aí vemos os grupos preparando a leitura de alguns contos. O diretor ficou pasmo com o desempenho de todos, mas especialmente do Cleverson Bravo, Fábio Mandrick e Douglas Santucci (os meninos de verde, preto e azul), os três do Paisagens.
 Como parte de um ensaio que chamamos de Marketing de Deslumbramento, a belíssima Priscilla Cesar invade o ensaio do O Santo e a Porca, já na tarde do Bloomsday. A Sheila Fuinha, de calça vermelha, percebeu nossa entrada e disse: "eu já não me espanto. A cada minuto acontece uma coisa estranha por aqui".Enquanto isso, o Oswaldo Eustáquio Júnior, do quarto período, liderava uma caravana para a aldeia indígena de Piraquara. A turma do sexto período noturno foi designada para cobrir, de todos os ângulos, a entrega dos agasalhos para os aborígenes, frutos da campanha organizada pelos cursos de Letras e Pedagogia. No final da tarde, o Guto, aluno que integrou a empreitada, ligou no meu celular. Aparentemente o resto do grupo fugiu com a indiarada e o deixou sozinho na floresta. Até agora não sei se ele achou a saída.
 E, para terminar, essa deliciosa imagem do Ariano Suassuna, o velhinho ali no meio, declamando seus poemas em uníssono com o Grutun! Foi a estréia inter-galáctica do melhor grupo de teatro universitário de todos os tempos no bloco 1 da Unibrasil (uma ambiguidade que serve como arruda contra moléstia, fel e crime). Aconteceu na segunda passada, mas eu ainda não havia postado nada a respeito. O Alex Wolf tem derramado lágrimas emocionadas, tantas que percebo um certo emagrecimento. Espero que ele não leia isso aqui, pois mancharia minha reputação de tirano, mas é uma alegria contar com um professor/diretor tão dedicado e competente. 
 E, para terminar, essa deliciosa imagem do Ariano Suassuna, o velhinho ali no meio, declamando seus poemas em uníssono com o Grutun! Foi a estréia inter-galáctica do melhor grupo de teatro universitário de todos os tempos no bloco 1 da Unibrasil (uma ambiguidade que serve como arruda contra moléstia, fel e crime). Aconteceu na segunda passada, mas eu ainda não havia postado nada a respeito. O Alex Wolf tem derramado lágrimas emocionadas, tantas que percebo um certo emagrecimento. Espero que ele não leia isso aqui, pois mancharia minha reputação de tirano, mas é uma alegria contar com um professor/diretor tão dedicado e competente. * Na próxima terça gravamos o Holofote com um astrônomo. O cenário novo deve estar pronto, já que o sábado foi de trabalho para o Rogério e a Mery. Eles aprontavam a enorme cortina preta que vai permitir plongèes, travellings e outros picuás para o programa de TV.
* Também na semana, o Sindicato dos Jornalistas distribui o jornal laboratório Capital da Notícia Infância, capitaneado pelo professor Rafael Schnoeherr e produzido em um final de semana pelos alunos do quinto período.



