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quinta-feira, janeiro 24, 2008

PREFIRA ROMERO!






Quando a gente vê um filme como Eu sou a Lenda se dá conta do motivo pelo qual George A. Romero é insuperável no palpitante assunto dos zumbis.
Talvez "tecnicamente", o longa com Will Smith não seja de zumbis. Não se trata de uma história com mortos-vivos. Mas eles comem gente, andam como no clip de Thriller (quando estão passeando: estranhamente viram velociraptors quando cheiram o sangue precioso do protagonista) e são embranquiçados como os morlocks do Orwell.
A diferença com os filmes do célebre diretor B é a qualidade da metáfora. Ou do subtexto, se preferirem.
Eu sou a Lenda tem um orçamento (e um astro) que Romero jamais usufruiria. Até o momento, já rendeu quase 250 milhões de dólares aos produtores. Hoje é o nono filme mais visto dos Estados Unidos, mas passou semanas em primeiro, inclusive aqui no Brasil.
Com Will Smith e efeitos especiais para lá de bacanas, era lucro certo.
Então porque não contrataram um roteirista? Eles já estavam em greve?
Até uma certa altura, é um ótimo filme. Tem cenas legais de Nova Iorque entregue ao capim, sustos a cada cinco minutos, a alternância entre silêncio e música minimalista, uma boa interpretação do carismático Smith (amargando a solidão com lampejos de psicose), cenas de tensão bem dirigidas, etc.
Mas quando a cadela morre, a vaca vai para o brejo.
Um misticismo previsível e barato toma conta do enredo. Parece que a Fundação Templeton (que sustenta pesquisas "científicas" e premia "cientistas" que tentam provar a existência de Deus) passou a financiar cinema, também. Digo "previsível" porque, se o seu cérebro não estiver de férias, vai sacar que não se menciona "borboleta" duas vezes, gratuitamente, num enredo. O problema é que até o previsível é decepcionante! A cura está na borboleta? Nããão. É mais besta que isso.
Para variar, brasileiros são tratados como idiotas. Nesse caso, uma idiota "do bem". A infeliz que salva Smith do ataque dos zumbis do sarampo é nossa conterrânea (interpretada por Alice Braga) e nunca ouviu falar de Bob Marley! Diz que chegou até o solitário morador de Nova Iork porque "God told me to" (o que lembra o terrível, mas estranhamente divertido filme dos anos 70). Você até se ofende porque faz parecer que essa gente terceiro-mundista (nós, no caso) é supersticiosa, desinformada, crente ignorante que prefere abracadabras cristãs à ciência. Mas é pior do que isso: no fim, ela tem razão! A brasileira é a "boa selvagem".
Há um pouco de Mad Max, muito de filmes de zumbis e um roteiro que não explica nada de forma direta, livra-se do objeto em si (a cura para a doença) em nome da "mensagem de esperança".
Prefira a Quadrilogia dos Mortos, de Romero (Night, Dawn, Day and Land of Dead). Você sai incomodado, pelo menos.

7 Comments:

Blogger Priscilla Cesar said...

Eu estava meio sonolenta ontem no cinema e deixei de fazer uma observação: notou que o Will Smith fala pra "bugra savior" que não foi DEUS quem causou o desastre ecológico que transformou as pessoas em zumbis, mas "we did it"? Pelo final da trama, entende-se que a peste foi resultado da audácia do homem em se fazer valer de truques baixos como a ciência para intervir na benção que é o cancêr divino!
Sabe,você fica com pena quando vê aquele dear ser impiedosamente mastigado pela leoa, mas se vc tentar impedir pode causar um desequilíbrio na ordem natural das coisas.
Você sabia que os trangênicos seguem a mesma lógica que a cura do cancêr explicada no filme? Sabe que isso tem relações bem estreitas com a clonagem?
No final, o filme todo é uma militância contra ciência, afinal, Deus sabe o que faz. Let all those cancer people die, God wishes them to.
Quem disse isso: "Se Deus quisesse que as pessoas comessem morango com chantilly..."

Rá!

24/1/08 11:16  
Blogger Escritório de Gestão Integrada said...

Foi o Sílvio Fernandes, um dos melhores comediantes do mundo e meu amigo lá de PG. Eu nem lembro se é esse mesmo o exemplo, mas a idéia geral confere. Eu ofereci morango com nata para ele e, para justificar a recusa, saiu com "se Deus quisesse que as pessoas comessem morango com nata, não as criaria em separado". Genial! Quando ainda éramos adolescentes, o Sílvio observou displicentemente que nos filmes americanos os adultos sempre recebem lições de moral de crianças e animais. Frequentemente, um pato tem um nível moral superior e mais sofisticado que um cientista.

24/1/08 11:32  
Blogger Rodolfo Stancki said...

Talvez eu o censure mesmo assim. Não sei o motivo. Mas eram mais zumbis que vampiros ainda assim.
Sabe que, tirando a solidão completa de Smith na cidade, eu acho que Resident Evil é um filme melhor que Eu Sou a Lenda. Ou até a experiência do pouco genial Uwe Boll soa mais interessante que a última parte desse filme. Sei lá, fiquei meio desapontado também.
Acho que se ele achasse uma cura sozinho, namorasse a vampira e tivesse filhos lobisomens teria sido uma saída mais legal (pelo menos mais divertida!).

24/1/08 12:43  
Anonymous Anônimo said...

O roteiro pode não ter sido primoroso, mas fiquei em estado de alerta durante horas após deixar o arteplex. Quanto susto!
Aliás, sessão lotada. No fim, platéia em coro: "Won't you help to sing these songs of freedom? Cause all I ever have: redemption songs, redemption songs."
Super divertido (uma homenagem ao sweet Bob por ter criado centenas de espécies mutantes de piolho e gravado a graaande obra "the legend"). Ha-ha.



Beijoca.

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