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Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

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sábado, outubro 14, 2006

MIAMI VICE IS NICE!




Michael Mann francamente não me convence. Ainda não vi Colateral, mas O Informante rima com pedante. Tem algo nele que me lembra Steven Sodenbergh, talvez o gosto por aquelas tremidinhas de câmera e o tom "grave" nas conversas sob meia luz. Isso sem falar em O Último dos Moicanos!.


Menos...


Menos em Miami Vice, que é um ótimo filme.

Muitos de nós reclamaremos, com razão, da velha trama em que "uma paixão pode por tudo a perder".

Essa coisa bem puritana, particularmente norte-americana, de que fazer sexo sempre custa caro para alguém.

Veja lá quando Naomi Harris pega Jammie Foxx no chuveiro. Chegamos bem pertinho da pele negra dos dois. Vemos a bundinha premiada da detetive Trudy. Acompanhamos o movimento pélvico na cama... você pensa: ah, que vida boa essa gente leva. Mas, espere! Jesus irá cuidar para que paguem caro com o próprio corpo pecador. Em chamas, como no inferno.

E esse negócio sobre Jesus é verdade. Literalmente.

Em seguida, o plot principal leva Collin Ferrel a se apaixonar loucamente por Gong Li.

O castigo para o sexo vem para os dois lados. Como a infeliz é mulher, apanha mais. É humilhada quando descobre o disfarce do amante - e antes é tratada como objeto tanto pelo namorado traficante quanto pelo braço direito barbudo Iago (o personagem se chama Yero, semelhança que não deve ser coincidência), que a deseja com ódio mortal.

Outra religião ianque: já que o sexo corrompe, a violência purifica. No terço final do filme, o traço violento da série de TV se repete. Os heróis matam impiedosamente um adolescente, atiram por trás, sufocam, metralham, destróem. E aí não há mais punição, apenas redenção.

O fato é que Miami Vice, apesar de tudo, é ótimo.

Talvez porque aquele estilo afetado de Mann tenha sido moldado para o seriado Miami Vice, que a gente não leva a sério e, por isso, adora.

A velocidade da trama, o cuidado com os planos, a mistura de linguagens, o tom de videoclipe. Tudo também funciona na tela grande, e o motivo é um mérito bem considerável para Michael Mann. O filme não se parece com a série, mas é, nitidamente, a mesma coisa. O diretor se esforçou para evitar a nostalgia (tirou Elvis, o jacaré, por exemplo), mas o espírito das roupas, da afetação pop, da música (excelente) e do "buddy style" se mantiveram sem ônus.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Hm.. que blog chato, hein?

22/10/06 09:41  
Anonymous Anônimo said...

Esvínter Folquening, amanhã, no Café Curaçao, vai rolar um exposição de uns desenhos meus. Vai lá,
convide o Felipe, suas amigas, alunos, namorada,
amigas, mãe, amigas e todas as amigas que você quiser levar. Chegarei lá pelas 9 da noche.

24/10/06 19:08  

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