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Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

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segunda-feira, julho 23, 2007

UM NOVO CONCEITO DE CIDADE-DORMITÓRIO!

Então é isso. Você volta a Ponta Grossa e nada, nada é diferente do que era da última vez. É um pouco antipático falar pois, acompanhado da mesma paisagem, mesmas pessoas, mesmos olhares, ainda temos o mesmo diagnóstico. Nada muda em Ponta Grossa.
Eu visitei a Princesa dos Campos no final de semana. Levei a namorada de meu irmão passear pela cidade. Sinto preguiça de descrever agora a Avenida München vazia e a tinta látex descascada de minha última residência no bairro Santa Paula e o gramado que foi inspiração para um quadro pintado pelo meu amigo Ricardo Staut há uns quinze anos, mas na hora pareceu boa idéia.
De qualquer modo, ainda tinha o novo apartamento de minha mãe. Grande, ensolarado, com janelas gigantescas que mostram a desolada e kitsch Praça dos Elementos. E isso foi bom. Vemos a Brasília Amarela que decora o parque inaugurado pelo então prefeito Jocelito Canto. Os brinquedos estão mais brilhantes e a rapaziada maltrata a bola na quadra ao lado. Os guarda-chuvas gigantes, herança do prefeito anterior ao Jocelito, o Paulo Cunha Nascimento, estão apodrecidos, um tanto tortos, e seu balanço parece a antecipação da morte do pipoqueiro.
Domingo à tarde e a larga avenida em frente só sofre movimento com a sombra dos postes. Isso enquanto o céu não se nubla e apaga a animação.

Levei o Cormac McCarthy, esse que foi transformado em filme pelos irmãos Cohen. Também me armei com uns dvds da primeira temporada de A Gata e o Rato. Comprei sem saber que o seriado era prioritariamente dublado. Tudo bem, não sou mais do tipo que leva tão a sério essas coisas. O diabo é que o controle remoto do aparelho de dvd da minha mãe foi tomado por alguma espécie de corrosão. Vazou uma pilha lá dentro ou coisa assim, de modo que eu não conseguia mudar a dublagem em espanhol para a versão brasileira Herbert Richers.
Fui até o camelódromo comprar um fone de ouvido para meu celular, já que o anterior estaria no bolso da minha jaqueta de couro, roubada com o aparelho de som do meu carro no pleno meio-dia do domingo passado, enquanto eu via Harry Potter no Cinemark do Shopping Müller. O fato é que aproveitei a viagem e perguntei para o Cícero, que é presidente da Associação de Micro-Empresários de Produtos Importados Livremente Circulantes na Praça João Pessoa, se havia algum tipo de controle remoto universal. Ao invés disso, ele pegou uma faca de serrinha e raspou a ferrugem, consertando milagrosamente – e de graça! – o aparelhinho.

Fiquei tão agradecido que me senti na obrigação de comprar alguma coisa. Aceitei o fone de qualidade inferior, incapaz de reproduzir plenamente o MP3 do celular (mas eficiente para conversar com alguém enquanto dirige ou digita, por exemplo) ao custo módico de 35 paus. Eu pensei, e com razão, que a bugiganga custaria muito mais numa loja autorizada pela marca do meu aparelho.
Eu me diverti. Dormi bastante, vi o Brasil ganhar da Argentina no handebol e os atletas da natação levarem ouro e prata nos 50 metros livres. Ainda li umas cem páginas do Onde os velhos não têm vez, fiz fotos e comi sushi por um preço realmente camarada.
Então voltei para minha casa, em Curitiba, e descobri que os bandidos não haviam levado o fone de ouvido original. Ele estava em outro casaco.
Ponta Grossa!

11 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A melhor vingança é enriquecer as custas dessa cidade, escrevendo um livro melancólico (difícil imaginar um livro feliz) sobre ela ou coisa assim...

23/7/07 10:43  
Anonymous Anônimo said...

Os móveis da sua mãe são super Ponta Grossa.

23/7/07 11:25  
Blogger Jornalista, Fotógrafo, Web Desingner said...

E ai Mestre...
Só podia estar em Ponta Grossa e falando em celular, o seu ou tava desligado ou como ja lhe falei, está na hora de pedir outor pra namorada.
Abraços...A revista ta pronta...

24/7/07 00:29  
Blogger Sheila Gorski said...

Nossa, super hiperativo esse post.
"seu balanço parece a antecipação da morte do pipoqueiro.", essa frase é tão sua cara e faz parte da semiótica singular.
Hein, você fez um monte de coisa mas perdeu o principal do final de semana: pré-estréia do Santo e a Porca do Grutun!.
Perdeu a grande oportunidade de rir Foquinha!
Fiz um comentario no meu blog a respeito da apresentação, e falei bem de você. Não esqueça do remédio de 300 contos.

24/7/07 11:02  
Anonymous Anônimo said...

Benett e Alina: precisamente. Os móveis da minha mãe são o motivo da foto. E a melancolia de Ponta Grossa, prato cheio! Charles Adams adoraria!
Saraiva: eu perdi o carregador do meu celular. Ligue lá na minha sala hoje à tarde, se puder.
Fuinha! Achei o remédio por menos de cem paus!

24/7/07 12:21  
Anonymous Anônimo said...

é PG é assim mesmo... sempre q volto pra lá me dá um nó no estômago e um frio na garganta...
bjim.

ps. sumido!!!!

24/7/07 16:45  
Anonymous Anônimo said...

Aquele sujeito dormindo na grama é você?

24/7/07 22:57  
Blogger Escritório de Gestão Integrada said...

Rafa: a literatura beatnick foi inventada em Ponta Grossa. O cara morava no prédio ao lado do extinto Nunes e sempre reclamava do "uivo" que, segundo ele, os cantores emitiam nas noites regadas a bolero.
Giórgio: eu sou um deles, mas não vou dizer qual!

25/7/07 01:05  
Anonymous Anônimo said...

Bem.. eu fiquei profundamente admirada com tantos semaforos, rs*
Valeu o passeio!!

27/7/07 11:33  
Anonymous Anônimo said...

Oi, Dami!
Agora precisamos voltar lá para você conhecer outros tipos de semáforo. Temos alguns com três luzes e outros em degradê... beijo.

2/8/07 09:35  
Anonymous Anônimo said...

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18/2/10 16:36  

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