BOP!

Victor E. Folquening escreve, você lê e diz alguma coisa

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Grupo de gestores para soluções estratégicas nas Faculdades Integradas do Brasil

domingo, julho 23, 2006

LAGOMAR MÃOS DE TESOURA!

No final do ano retrasado, aos 30, fiz circuncisão.
Não foi por motivos religiosos. Detestaria parar com a bisteca de porco.
Meu bebop usava capuz, como o mano que sai mocado de um show grátis do D2.
E passou a olhar as coisas de frente, sem subterfúgios, através de seu único olho.
Veja a comparação.

"Doeu?"
Cara, doeu depois, quando os pontos ainda tornavam o dumba-dumba instável, digamos assim. Dr. Lagomar disse: "45 dias sem sexo". Não parece muito quando, dormente, você olha para o pequeno scarface e pensa: "Meu, esse monstrinho não vai curtir trabalhar nas próximas semanas!"
"Por que fez, então?"
Ora, é mais higiênico, mais confortável e, para ser bem honesto, acho que sofria de um pequeno problema no embutimento. Muita morcela para embalagem apertada.
Tá vendo aqui? Essa cicatriz vem da navalha afiada do dr. Lagomar.
"Mas agora ele tá tranqüilo, né?"
Ora, depois de algum esforço num terreno estreito e escorregadio, jonathan merece dormir um pouco - mesmo sem fechar o olho.
"Ele não parece um Muppet?"
Com a cabeça na minha barriga, ela ergueu o gonzo e, apertando a glande, abria e fechava sua boquinha. Na outra mão, levava os dois joaquins para lá e para cá. "Manã manã", ela cantava dublando o marionete. "Tutu turutú", completava balançando a legítima bolsa de pele enrugada logo abaixo.
Ah, o dr. Lagomar. Lagomar! Não dava para conter meu velho problema.
Eu estava lá, pelado, com um avental que, além de não cobrir o corpo, forma uma espécie de moldura, como se brilhasse em volta do paciente e todos dissessem: oh, não gostaria de estar no lugar desse seu tímido e encolhido amigo na hora da faca - timidez que perigosamente iria embora logo que percebi duas enfermeiras preparando a mesa para a destreza do dr. Lagomar .
"Está se sentindo bem, Victor?", ele resmungou sob a máscara.
"Tá um pouco úmido por aqui, dr. Lagomar".
O som metálico dos instrumentos cirúrgicos ganha eco dramático numa fria sala de cirurgia. As duas enfermeiras parecem se comunicar com o olhar. Fitam contentes meu félix (que fingia estar dormindo para pegá-las de surpresa).
"Você não imagina como nos sentimos frágeis diante do milagre da existência quando alguém está prestes a descascar uma parte de sua berinjela", eu disse, olhando para as sombras fantasmagóricas do meu ventilador de teto.
"Go down Moses", ela fazia com o cantor principal. "Let my people go", completavam os gêmeos encasacados.
O médico explica que uma delas, Dirce, vai aplicar a injeção que fará eu perder o controle do corpo abaixo da cintura. Dirce? Se estivéssemos num país de cor britânica, a mulher seria uma cacofonia. Nurse Dirce.
"Quer um pouco de água?", diz o cirurgião, curvando o corpo em direção ao meu rosto para encenar sua postura atenciosa.
"Obrigado, estive cercado de água desde que cheguei aqui, dr. Lagomar".
Ok, vamos ao procedimento.
Não durou nada e tudo se foi. Lagomar me inundava com conversa fiada para que eu não percebesse o espetáculo sangrento que se sucedia. Nurse Dirce e Cláudia, alegres, sumiam atrás do pano verde que separava a parte de cima - funcionando ativamente - da de baixo, um cepo frio a retalhar. A psicologia toda funcionava bem, pois não estava percebendo as minúcias da operação.
Até que Lagomar terminou a sua parte, deu um "ah, mais um dia, mais um pênis cortado", arrancou as luvas e deixou a dupla de enfermeiras terminarem de costurar o rapagão.
Uma situação muito humilhante: duas mulheres trabalhando em seu padrequevedo e nada de você reagir.
Nurse Dirce foi descuidada e levantou a mão acima da cortina verde.
Deus! Quanto sangue naquela luva!
E eu que esperava vê-lo no rosto das enfermeiras quando elas erguiam a cabeça além do pano.
A aflição fez os últimos cinco minutos parecerem maiores que o resto do "procedimento". Cortaram um pedaço? Não, por favor, eu entendo que está acima da média, mas não prego esse tipo de comunismo. Socializar a riqueza, não a miséria!
O pior é que, quando tudo terminou, a outra sereia do dr. Lagomar atravessou a sala em direção ao banheiro e percebi mais uma piada pronta.
Cláudia era manca.
E eu nem podia rir muito para não abrir as ataduras do meu tutancamonzinho, enfaixado com tanto esmero por Dirce e sua colega claudicante.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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Anonymous Anônimo said...

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17/8/06 15:14  
Anonymous Anônimo said...

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20/11/09 01:10  

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